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Eunice

PERSONAGEM DE INSPIRAÇÃO

 

  • Escolher um personagem de desenho animado que inspire na criação do seu personagem nesse espetáculo. 

A personagem escolhida como inspiração no processo de criação de Dona Eunice (mãe de Edmilson), meu personagem no espetáculo, foi Dona Cebola, mãe do Cebolinha (com o qual tem uma relação muito afetuosa) na “Turma da Mônica”, que é exibida na forma de desenho animado pela Rede Globo e Cartoon Network.  Assim como minha personagem na peça, ela é uma típica dona-de-casa, além de ser sempre muito carinhosa com os filhos e com o marido, tentando manter tudo sobre controle e agradar a todos. Por passarem grande parte do tempo em casa, Dona Eunice e Dona Cebola compartilham o fato de serem muito cuidadosas com os afazeres domésticos, lutando sempre para deixar tudo impecável e limpo, o que se relaciona claramente com o TOC da minha personagem em relação à preocupação que ela tem com limpeza. 

  • Escolha uma ação desse personagem e uma peça do vestuário para compor seu personagem.

A ação da Dona Cebola que irei usar para compor meu personagem é o hábito que ela tem de deixar as mãos cruzadas em frente ao corpo quando está sem fazer nada ou apenas escutando o que os outros estão falando. No tocante ao figurino, meu personagem irá vestir uma saia semelhante (em cor e estilo) a usada pela mãe do Cebolinha, além de uma blusa vermelha.

 

ASPECTOS GERAIS

  • Que idade ele tem?

Eunice tem 40 anos na cena em que aparece.

  • De que maneira ele caminha?

Eunice está em constante movimento quando está na cozinha, ambiente com o qual tem grande afinidade, porém seu caminhar é lento, demonstrando sua personalidade calma. Quando está na sala de estar, movimenta-se menos e sempre de maneira tranquila.

  • Como ele senta?

Quando se senta, Dona Eunice mantém as pernas cruzadas e as mãos pousadas sobre os joelhos, além de acomodar-se de modo a deixar a coluna ereta.

  • Como é sua voz?

A maneira com que Dona Eunice fala transparece a sua personalidade branda (fala calmamente e de maneira clara), mas nos momentos de desespero e fortes emoções eleva o seu tom de voz, chegando a gritar. Sua voz é um pouco rouca e tem um sotaque levemente nordestino.

  • Quais tiques ele possui (estalos de dedos, piscar continuamente)?

O tique da mãe de Edmilson é passar os dedos sobre a sobrancelha enquanto fala

  • Qual o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) ele possui?

O seu TOC está relacionado com a mania de limpeza que a personagem possui, está sempre com um lencinho em mãos para eliminar qualquer rastro de sujeira que esteja ao alcance de seus olhos. Tal transtorno é acentuado quando Dona Eunice está na cozinha.

  • É portador de deficiência física ou mental? De que tipo?

Não é portadora de deficiência física ou mental.

  • Com quem esse personagem se parece do seu cotidiano? Por quê? (Não citar nomes, falar da função social, ex. com um professor, com minha vizinha)

Dona Eunice assemelha-se a minha tia, pois assim como minha personagem ela não tem emprego e é uma super dona-de-casa, muito apegada ao único filho que tem e é obcecada por manter todas as coisas nos seus devidos lugares e extremamente limpas. 

  • Como ele se veste?

Veste-se de maneira recatada e humilde. Adora usar saia (não muito justas) e nunca mostra os braços (costuma estar com um casaquinho por cima da blusa). As cores das suas roupas também remetem a essa postura discreta, sem presença de estamparias ou peças muita coloridas, apesar de gostar da cor vermelha, devido à paixão do marido e do filho pelo Flamengo. Isso explica o gosto pela combinação de preto com vermelho, que é usado até mesmo para quebrar o visual pesado e monocromático da primeira cor. Costuma usar calçados fechados e baixos. 

  • Qual o tipo de música que esse personagem escuta?

Devido à fé que professa, minha personagem gosta de ouvir música gospel.

  • Que lugares ele frequenta para trabalhar e para se divertir?

Dona Eunice é dona-de-casa e, portanto, não tem trabalho fixo. Sendo assim, seu local de trabalho é sua própria casa. Devido ao contesto em que está inserida (sendo privada de certas coisas devido a religião e tendo que cuidar sempre da casa), tem como sua única diversão os cultos semanais.

  • Em que lugar ele vive no contexto da história?

Dona Eunice vive em uma casa simples da favela onde se passa a história (Favela dos Reis), juntamente com seu filho e marido.

  • A que classe social ele pertence?

Dona Eunice faz parte da classe baixa ou também conhecida como “Classe E”, vivendo com cerca de 2 salários mínimos por mês.

  • Pertence a alguma religião? Qual?

Sim, ela segue o protestantismo. Devido ao fato de seu marido ser o pastor da comunidade, é uma mulher bastante ligada à religião.

  • Qual a sua profissão? Está interessado ou aborrecido ao executar os deveres de seu ofício (trabalho)?

Dona Eunice é dona de casa e adora cuidar dos seus afazeres, os quais considera uma forma de relaxar. Sempre muito zelosa com seu lar, nunca se adaptou com empregadas (até porque a condição social não permite), uma vez que gosta que as coisas estejam “do seu jeito” (perfeitamente limpas e organizadas). 

  • Que nível de escolaridade possui?

Dona Eunice tem o Ensino Fundamental Incompleto, mas por ter estudado em escolas públicas (que existiam na favela) de péssima qualidade, tem um nível de escolaridade que pode ser considerado muito inferior. Devido a isso, são perceptíveis alguns erros na pronúncia de certas palavras, assim como erros gravissímos na escrita, até porque não frequenta nenhuma instituição de ensino a mais de 25 anos e não tem o hábito de escrever.

  • Como é formada a sua família e que posição assume na mesma?                                                                                                                                    

O seu núcleo familiar é composto por seu marido, o pastor Isaías, e seu filho, o jovem Edmilson; portanto, assume a posição de “mãe da família”, sendo uma típica dona de casa, que cuida sozinha de todos os afazeres domésticos e sempre deixa tudo em ordem.

  • É cooperativo ou individualista em suas relações com os demais personagens?

Dona Eunice é uma personagem bastante cooperativa com os que estão ao seu redor, fazendo jus ao fato de ser uma "mãezona", que prega o discurso de que "coração de mãe sempre cabe mais um." Seja ajudando nos afazeres domésticos, preparando o jantar ou preocupando-se com sua família, é uma personagem que sempre está querendo abraçar o mundo com seus braços.

  • É rebelde ou obediente em relação às autoridades?

É uma mulher obediente às autoridades, à seu marido e aos dogmas de sua religião. Muitas vezes, Dona Eunice chega até mesmo a ser submissa, sem contrariar as autoridades ou se impor diante de coisas que não concorda.

  • Como se relaciona com as pessoas em geral? E com a pessoa amada, caso tenha?

As pessoas com quem Dona Eunice se relaciona no espetáculo são Isaias, seu marido, e Edmilson, seu filho. Demonstra-se sempre muito zelosa e amorosa com tais personagens, que são os membros do seu núcleo familiar. Sempre preocupada com o bem estar deles, divide-se em mil, a fim de deixar tudo em ordem para os homens da sua vida. Não aceita ficar longe deles, desesperando-se e mostrando sua fragilidade quando essa hipótese e cogitada.

 

SITUAÇÃO DRAMÁTICA

  • Qual o objetivo principal do personagem?

O seu objetivo é, em geral, manter a harmonia de sua família, por isso está sempre disposta a servir a ela, a fim de que tal objetivo seja cumprido. Juntamente com seu marido, Isaias, tenta formar e educar seu filho segundo os dogmas de sua religião.

  • Quais os obstáculos encontrados?

Os obstáculos encontrados por Dona Eunice, no tocante a conservar sua família sempre unida, são decorrentes do meio em que vive e do fato de Edmilson ser predestinado a matar o seu pai e ter que ir embora por causa disso.

  • Qual o conflito central?

O conflito central para a família, Eunice e Isaias, é quando Edmilson sai de casa, alegando que se ficar poderá fazer uma desgraça.

 

 

Beatriz Lopes

Relato de experiência como atriz

Como Marinalva já nos alertava nas primeiras aulas, ainda no bloco C: "Quem disse que Arte era fácil, estava mentindo para vocês." Não tinha como desconfiar, todos naquele Instituto falavam sobre a temida peça durante o segundo ano e qual pessoa não comentava sobre os gritos e as cobranças excessivas de MALvinha? Pois é, nos últimos meses, fomos obrigados a conviver com palcos, figurinos, falas a decorar, tiques e TOCs a serem lembrados, rugas e linhas de expressão que deviam estar sempre bem marcadas - o que muitas vezes, não acontecia -, estresses, erros, mas, principalmente, muito aprendizado. Tivemos muitas vezes que renunciar de almoços, cursinhos ou horas livres, afinal, a peça se aproximava, os ensaios eram necessários, o desespero consumia cada membro da nossa companhia.
O contato com a linguagem teatral na disciplina foi de extrema importância até mesmo para nosso convívio social, uma vez que desenvolvemos a noção de trabalhar em um grupo razoavelmente grande e no que diz respeito à desenvoltura em situações que exijam improvisos. No tocante ao conhecimento técnico, pode-se dizer que, com esse trabalho, mudei o modo de assistir a um espetáculo teatral. Hoje em dia, é quase involuntário prestar atenção em detalhes de sonoplastia, figurino, cenário, tons predominantes, caracterização dos personagens e tudo mais. Além disso, a disciplina pôde despertar em nós uma dose de cultura, que acrescenta muito em nossa formação intelectual; e nos proporcionou experimentar conhecimentos adquiridos – ou não – através de técnicas desenvolvidas durante o processo de criação do espetáculo.
Ter um personagem calmo e recatado não foi tarefa fácil, uma vez que destoa bastante de minha personalidade. Mas, como dizia a atriz e diretora Beatriz Lessa: "Teatro não é representação e diversão. É estudo, laboratório e pesquisa.".
Foi necessário criar uma ficha de personagem e segui-la à risca. Logo no início, tive grande dificuldade de subir no palco e esquecer que sou Beatriz; afinal de contas, naquele momento, eu devia ser toda Eunice, desde como eu falava até a maneira com que arrumava as coisas. As soluções para os entraves foram aparecendo no decorrer das semanas, seja assistindo filmes em que havia personagens em que eu poderia me inspirar, seja através de conselhos e ideias dadas por amigos ou membros da CT Obra de Arte ou até mesmo com as centenas de ensaios realizados nesse intervalo de tempo. No fim, pude perceber que ao interpretar não apenas tenho que fingir ser Eunice, tenho que realmente ser outra pessoa.
Minha inspiração, a Dona Cebola, foi uma boa escolha para que eu pudesse ter alguma base na construção do meu personagem, por ser uma típica dona-de-casa, bastante carinhosa com a família e ter mania de deixar tudo impecavelmente limpo, o que se relaciona claramente com a mania de limpeza que tenho quando estou no palco; a ação que pude aproveitar dela é bastante sutil: a mania de sempre deixar as mãos cruzadas – em repouso – em frente ao corpo quando está sem fazer nada. Sinceramente, não acreditava que conseguiria separar todos os meus traços dos de Eunice; confesso que me superei e me surpreendi bastante.
E, agora, a uma semana do espetáculo, confesso que está batendo a saudade. Fará falta ficar sem voz por tentar fazer todos prestarem atenção no que eu estava dizendo ou ficar louca quando os cenários demoravam demais a serem trocados. Como não lembrar um pouco mais e sentir saudade dos projetos de cena? Noites mal dormidas, brigas que por pouco não se transformaram em algo mais sério, coisas para o blog que nunca chegavam no prazo estipulado, além – é claro – dos erros absurdos durante os ensaios. Mas, cada riso, cada abraço, cada lágrima derramada está guardada e a experiência foi absolutamente incrível.
Aquilo que parecia que nunca iria acabar, está chegando ao fim. E já dizia Cássia Eller: “Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre, sempre acaba?”
Obrigada a todos que contribuíram direta ou indiretamente nesses últimos meses e espero vocês dia 18 de setembro, às 17hrs, para conferir o resultado final do nosso trabalho.
 

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